Humanização das Marcas? Já deu, marca é marca, humano é humano, certo?!

Nesta era de conexão digital incessante, o desafio para as marcas é encontrar o equilíbrio entre serem relevantes e autênticas. A recente onda de humanização das marcas promete uma abordagem mais pessoal, uma forma de se relacionar com o consumidor que vai além das transações e penetra nas emoções e valores.

No entanto, enquanto as marcas tentam “humanizar” suas abordagens, é essencial lembrar: uma marca não é um ser humano.

Aqui na Salcio, acreditamos na autenticidade, na curiosidade e na colaboração para pavimentar caminhos significativos. Mas também sabemos que cada entidade – seja uma marca ou um indivíduo – possui características e motivações únicas.

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O surgimento da tendência da humanização das marcas

Com o advento da internet e, posteriormente, das redes sociais, as marcas tiveram que adaptar sua comunicação. Os consumidores não queriam apenas produtos; eles queriam experiências e conexões. As redes sociais ofereceram uma plataforma onde as marcas podiam se comunicar diretamente com os consumidores, ouvindo seus feedbacks e construindo relacionamentos.

A busca por autenticidade

A ascensão das gerações mais jovens, especialmente os millennials e a Gen Z, trouxe consigo um desejo de autenticidade e transparência. Esses consumidores queriam saber o que estava por trás das marcas – seus valores, missão e propósito. Eles estavam mais inclinados a apoiar marcas que se alinhassem com seus próprios valores e crenças.

Crise de confiança e a necessidade de humanizar

Ao longo dos anos, vários escândalos corporativos e crises de RP levaram a uma desconfiança generalizada nas corporações. Como resposta, muitas marcas começaram a adotar uma abordagem mais pessoal em suas comunicações, compartilhando histórias de fundadores, destacando seus funcionários e mostrando os “bastidores” de seus negócios.

O impacto da publicidade dirigida

Com as ferramentas de análise e segmentação se tornando mais sofisticadas, as marcas tiveram a capacidade de direcionar suas mensagens de maneira mais precisa. Isso levou a publicidade mais personalizada e a campanhas que falavam diretamente ao indivíduo, tornando a comunicação ainda mais “humana”.

A responsabilidade social corporativa

A humanização também está ligada à crescente demanda por responsabilidade social corporativa. Os consumidores começaram a esperar que as marcas desempenhassem um papel ativo em questões sociais, desde sustentabilidade até justiça social. Isso forçou as marcas a adotar uma postura mais empática e humanizada em suas comunicações e práticas.

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Benefícios e desafios da humanização

Quando uma marca é percebida como mais “humana”, os consumidores podem se relacionar com ela em um nível mais pessoal e emocional. Isso pode levar a uma lealdade mais profunda e a um engajamento mais significativo.

Aumenta a Confiança

A transparência e a autenticidade, que são pilares da humanização, podem ajudar a construir e reforçar a confiança dos consumidores na marca.

Diferenciação no Mercado

Numa era em que muitos produtos e serviços são semelhantes, humanizar a marca pode oferecer um ponto de diferenciação, destacando-a da concorrência.

Promoção de Valores Corporativos

Humanizar permite que as marcas comuniquem seus valores de maneira mais eficaz, mostrando não apenas o que vendem, mas pelo que estão.

Melhora a Comunicação e o Feedback

Marcas humanizadas são vistas como mais acessíveis e abertas ao diálogo, facilitando a comunicação com os consumidores e permitindo feedbacks mais sinceros.

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Desafios da Humanização

Se os esforços de humanização não forem genuínos ou parecerem forçados, as marcas correm o risco de parecerem inautênticas, o que pode afastar os consumidores.

Quando uma marca assume uma postura “humana”, ela pode ser mais fortemente responsabilizada por questões sociais ou políticas. Isso pode levar a controvérsias se não for gerenciado corretamente.

Manter a Consistência

Manter uma voz e personalidade de marca consistentes em todos os canais de comunicação pode ser desafiador, especialmente quando se tenta ser mais “humano” e adaptável.

Possíveis Erros de Comunicação

Ao adotar uma abordagem mais casual ou emocional, as marcas podem, às vezes, errar o tom ou a mensagem, levando a mal-entendidos ou ofensas.

Dificuldade em Medir o ROI

A humanização é muitas vezes focada em resultados intangíveis, como lealdade e confiança. Isso pode tornar mais difícil medir o retorno sobre o investimento de forma quantitativa.

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Humanização das Marcas Já deu, marca é marca, humano é humano, certo!

Marcas versus Indivíduos: Diferenças fundamentais

Enquanto a humanização das marcas tem se tornado uma tendência prevalente, é crucial distinguir as entidades corporativas dos indivíduos humanos. Ambos têm funções, responsabilidades e perspectivas distintas que os definem. Abordar essa distinção é vital para entender os limites e potencialidades da humanização.

Propósito e Motivação

Marcas: O objetivo principal de uma marca é, na maioria das vezes, gerar lucro e aumentar a participação de mercado. Elas são guiadas por metas corporativas, acionistas e estratégias de negócios.

Indivíduos: Enquanto seres humanos têm uma gama variada de motivações, que podem incluir busca por felicidade, realização pessoal, construção de relacionamentos e muito mais.

Responsabilidade e Obrigações

Marcas: São responsáveis perante seus stakeholders, incluindo acionistas, funcionários, clientes e, em alguns casos, a sociedade em geral. Elas têm obrigações legais e regulamentares.

Indivíduos: Têm responsabilidades pessoais, familiares e sociais. A moralidade e a ética desempenham um papel significativo em suas decisões e ações.

Longevidade e Legado

Marcas: Podem existir por décadas ou até séculos. Elas podem evoluir, ser rebrandeadas ou se fundir com outras marcas, mas seu legado e impacto no mercado podem persistir.

Indivíduos: Têm uma duração de vida finita. O legado individual pode viver em memórias, realizações e descendência.

Expressão e Emoção

Marcas: Embora as marcas possam “expressar” emoções através do branding e da publicidade, essas emoções são cuidadosamente curadas e estrategicamente direcionadas para alcançar objetivos de negócios.

Indivíduos: Têm uma gama autêntica de emoções, sentimentos e expressões. Eles reagem espontaneamente a estímulos e eventos.

Flexibilidade e Adaptação

Marcas: Mudanças na imagem da marca ou na mensagem requerem consideração cuidadosa, pesquisa e, frequentemente, investimento significativo. Embora as marcas possam e devam se adaptar ao longo do tempo, elas precisam manter a consistência.

Indivíduos: São mais adaptáveis e podem evoluir suas crenças, valores e comportamentos ao longo do tempo com base em experiências pessoais.

A Salcio entende o intrincado equilíbrio entre a humanização das marcas e a preservação de sua identidade corporativa. Se você está pronto para levar sua marca a novos patamares mantendo sua autenticidade, estamos aqui para ajudar. Entre em contato conosco e descubra como podemos colaborar para construir um branding significativo e autêntico para o seu negócio. Porque, no final das contas, nós sabemos: não existe fórmula mágica, mas sim um trabalho colaborativo e dedicado.

Daltro Coutinho
Daltro Coutinho
http://www.salcio.com.br
Sócio fundador da Salcio. Designer por formação, redator por inclinação e estrategista por vontade de fazer mais. Sou responsável por todos os projetos de estratégia, além das etapas de expressão verbal e gestão de marcas.